A ideia desse blog começou com 0 livro "O Clube do Filme", de David Gilmour, onde um rapaz desinteressado da escola é convidado pelo pai (crítico de cinema) a abandonar os estudos, desde que os dois assistissem juntos a pelo menos três filmes por semana. Minha esposa (na época namorada) Elaynne me presenteou com este livro, e decidimos fazer algo parecido: assistir a um filme por semana em casa.
Fizemos uma lista inicial de 36 filmes, sendo 18 escolhidos por mim e 18 por ela. Sorteamos um filme para assistir e já indicamos qual será o seu substituto na lista. Ou seja, isso não vai acabar nunca. Eu tomei a iniciativa de comentar os dois primeiros filmes que assistimos, daí criamos o hábito de comentar cada filme que assistimos, sendo que os meus filmes são comentados pela Elaynne e os dela, por mim.
Os comentários apresentam muitos spoillers. Por isso, se você gosta de surpresas, não vai gostar de ler nossos comentários. Se pra você tanto faz, ou se já assistiu aos filmes, aposto que vai se interessar em nossos comentários, mesmo que não concorde com todos.
Espero que curtam nosso interesse por cinema. Se gostou do blog, nos ajude a divulgar.

Carlos Henrique

17 fevereiro, 2013

Maverick (Carlos)


Maverick é uma comedia inteligente e muito diferente do que vemos atualmente. Ele usa um humor sarcástico e um anti-herói irônico. Falando nele, Mel Gibson está surpreendente nesse filme, ao assistir você consegue perceber sempre a sua ironia e ri de tudo.
Logo na cena do começo você fica se perguntando como Bret Maverick conseguiria escapar daquela situação e chega ate a pensar que aquilo é o fim do filme, e ele sempre surpreende você de uma forma incrível, não só o personagem como o filme. Quando você acha que já sabe de tudo acontece algo que você nem imagina. 
O diretor soube controlar bem esse jogo de suspense que deixa você preso ao filme até o fim.
A dupla Annabelle e  Maverick foi perfeita o tempo todo, o jogo entre eles, de amor e mentiras, surpreende a gente e nos faz rir e torcer ao mesmo tempo. Você não sabe quem vai se sair melhor. Outra dupla que também foi perfeita foi Maverick e Cooper, a sintonia entre eles era ótima, sem contar que souberam esconder bem o fato de serem pai e filho. No fim o ditado "tal pai e tal filho" cai muito bem.
O filme fala de um super campeonato de pocker, e Maverick faz de tudo para conseguir o restante do dinheiro que falta. No meio de sua aventuras ele enfrenta ladrões, índios de mentira e de verdade, assassinos... e passa por tudo com seu jogo de cintura, mentiras, blefes, trapaças, cinismo e um pouco de sorte... Todas as características que um bom jogador de pocker tem que ter. Maverick leva para sua vida o que aprendeu nas mesas de carteado e talvez seja isso o fator principal do seu sucesso no campeonato e na vida.
No carteado também ele aprendeu a estudar a reação das pessoas e com isso ele conseguia perceber quando alguém estava mentindo (blefando), outro fator diferencial. Seria interessante que todos soubéssemos um pouco de poker, mas claro que não para enganar mas sim para perceber quando estávamos sendo enganados, rsrsrsrsrs.
Para finalizar, Maverick é realmente um filme perfeito para assistir num fim de tarde, um filme que mescla bem aventura, romance e comédia, com uma boa ambientação, com grande direção e um grande elenco, cheio de surpresas e que prende você na cadeira ate o fim.



02 fevereiro, 2013

A Lenda do Cavaleiro sem Cabeça (Elaynne)




Mais um da parceria Jhonny Depp e Tim Burton. Uma dupla que, particularmente, me agrada. Sempre gostei dos filmes onde os dois estão envolvidos, e este não é diferente.
Um dos motivos é o estilo Tim Burton, com seus cenários cinzentos, de inverno, melancólicos. Ele sabe criar o ambiente perfeito para as histórias de seus filmes. E atualmente, ele é o principal diretor de filmes chamados de terror, mas terror mesmo, como os clássicos de antigamente.  Como "A lenda do cavaleiro sem cabeça".
É a verdade, mas não é o que os nossos olhos vêem, foi o que disse Crane para Katrina, enquanto lhe mostrava o pequeno brinquedo onde de um lado havia um pássaro e do outro, uma gaiola. E não é que é verdade? Nossos olhos e nosso cérebro costumam nos pregar peças de vez em quando, com ilusões, percepções e, porque não, visões. Visões do além, de outro mundo. Coisas além da realidade.
O problema é que, no caso do filme, o que eles estavam vendo era a realidade, por mais absurda que pudesse parecer. Um fantasma bem real, um ser com espírito de morte e destruição, sem alma, retirado do mundo dos mortos para tirar mais vidas. Um cavaleiro que, quando vivo, sentia prazer em matar os outros e, agora que estava morto, não tinha mudado em nada.
Mas Crane viu o fantasma, bem real, bem na sua frente. Não dava mais pra duvidar. O fantasma do cavaleiro hesseno era verdadeiro, e era quem estava matando as pessoas cuja morte Ichabod foi enviado à investigar. Bem, o assassino ele já tinha, mas a causa, isso ainda precisava buscar. E assim, Crane enfrentou seus medos e terror após ver o fantasma do cavaleiro, e decidiu reiniciar suas investigações.
O que nos leva ao motivo dos crimes; desejo de vingança, ódio, rancor. Sentimentos guardados em uma pessoa desde que era criança, contra aqueles que expulsaram sua família de sua pequena casa (os Van Tassel) e contra aqueles que foram viver na casa (os Van Garret). Uma vingança que começou vinte anos antes dos assassinatos, quando a então criança Lady Van Tassel vislumbrou, na morte do cavaleiro hesseno, uma forma de destruir a vida daqueles que haviam destruído a sua.
Como diria Chaves, “a vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena”. Foi exatamente isso que o desejo de vingança provocou em Lady Van Tassel: de tanto pensar em destruir a vida de outras pessoas, a sua alma foi morta e envenenada, ela foi capaz de matar uma mulher para tomar seu lugar ao lado do marido, matar uma família inteira, e depois, foi preciso matar muitas outras pessoas para encobrir o que tinha feito. Como disse Ichabod, morte atrai morte.
E ela acabou perdendo o controle, mas percebeu isso tarde demais. O mal é forte demais para ser controlado, a morte é forte demais para se brincar com ela como se fosse algo banal. E, no fim, ela provou algo mais forte do que todos os que ela mandou o cavaleiro matar: ela provou o beijo da morte do cavaleiro hesseno, e teve o seu fim pelo mesmo ser que ela usou para matar as outras pessoas.
E para Ichabod Crane, além de provar para todo mundo que o seu método científico baseado em fatos funcionava, o desafio maior foi recuperar sua crença no mundo espiritual para poder enfrentar o inimigo que se apresentou. Ele que, quando criança, perdeu sua fé ao ver sua mãe ser torturada por alguém que se escondia atrás da máscara da virtude e da religião, teve que rever seus conceitos ao dar de cara com uma criatura de outro mundo.
Se em alguns casos é preciso ver para crer, Ichabod preferiria não ter visto, não ter encarado o cavaleiro sem cabeça.  Mas, algumas coisas são verdade, quer você acredite, quer não (esta frase é de outro filme). E ele teve que acreditar, e mudar um pouco suas percepções e crenças para poder enfrentar este inimigo.
Mesmo assim, em momento algum ele abriu mão de seu método investigativo que foi, no final das contas, o que o levou até a pessoa responsável pela morte das vítimas. Um pouco de ciência, para provar seus métodos e encontrar o verdadeiro assassino, e um pouco de crença no sobrenatural, para descobrir como parar o cavaleiro sem cabeça.
Ichabod percebeu, enfim, que seu método científico não poderia provar todas as situações e fatos possíveis. Nem sempre o que os nossos olhos vêem é a verdade, mas em alguns casos, por mais absurdos e impossíveis que possam parecer, estamos frente a frente com a verdade, e temos que usar de crença em outros métodos para podermos vencer nossos inimigos. Encarar a verdade foi essencial para Crane desvendar os crimes e ter sucesso em sua investigação, com ajuda do sobrenatural e do método científico.