A ideia desse blog começou com 0 livro "O Clube do Filme", de David Gilmour, onde um rapaz desinteressado da escola é convidado pelo pai (crítico de cinema) a abandonar os estudos, desde que os dois assistissem juntos a pelo menos três filmes por semana. Minha esposa (na época namorada) Elaynne me presenteou com este livro, e decidimos fazer algo parecido: assistir a um filme por semana em casa.
Fizemos uma lista inicial de 36 filmes, sendo 18 escolhidos por mim e 18 por ela. Sorteamos um filme para assistir e já indicamos qual será o seu substituto na lista. Ou seja, isso não vai acabar nunca. Eu tomei a iniciativa de comentar os dois primeiros filmes que assistimos, daí criamos o hábito de comentar cada filme que assistimos, sendo que os meus filmes são comentados pela Elaynne e os dela, por mim.
Os comentários apresentam muitos spoillers. Por isso, se você gosta de surpresas, não vai gostar de ler nossos comentários. Se pra você tanto faz, ou se já assistiu aos filmes, aposto que vai se interessar em nossos comentários, mesmo que não concorde com todos.
Espero que curtam nosso interesse por cinema. Se gostou do blog, nos ajude a divulgar.

Carlos Henrique

21 maio, 2011

O fantasma da Ópera (Elaynne)


Oi, morzinha
Já que o fantasma da ópera foi escolhido por você, achei por bem fazer minha análise do filme.
Musicais são mais difíceis na minha opinião, pois transformar diálogos em músicas sem perder a essência do que está sendo falado, e tentando dar um rítmo a este diálogo, não é uma tarefa das mais fáceis. Além do quê, um musical exige do ator algo além de sua habilidade de representar. Exige que o ator seja se não um ótimo músico, mas pelo menos um músico razoável, sem abrir mão das expressões que demonstrem os sentimentos exigidos pelo personagem.
Mas todas estas tarefas foram bem executadas pela produção do Fantasma da ópera. As músicas cadenciam bem o enredo do filme, que tem um desenrolar, como você mesma disse, que nos leva a torcer por aquele que de certa forma é o antagonista da trama. Os atores escolhidos também souberam interpretar a letra das músicas com muita habilidade.
E a história? Bem, a história é realmente interessante. O fantasma não chega a ter o perfil exigido de um psicopata, mas é claro que, devido a anos de maus tratos no circo, ele teve sua personalidade afetada, e apresenta uma carência de afeto muito grande, elevada pela sua má formação no rosto. E de repente ele encontra alguém que o trate como um anjo, não é de se surpreender que ele tenha se apaixonado por Christine.
A própria Christine em momentos chega a acreditar que ama o Fantasma, até mesmo depois de iniciar o romance com Raoul. Mas no desenrolar da história ela percebe (ou se não percebe, demonstra) que tem de verdade uma espécie de dívida de gratidão impagável para com o Fantasma, por ter aprendido e aperfeiçoado com ele a sua arte de cantar.
Christine confunde sua gratidão com amor. O Fantasma de certa forma exige que Christine o ame, como forma de compensar tudo o que ele fez para torná-la uma cantora de sucesso. Em busca deste objetivo, ele perde a razão por diversas vezes, sem pensar nas consequências de seus atos. Mas há na perversidade do fantasma uma devoção em relação a sua musa. Em seu mundo, tudo é válido para uni-lo com sua amada.
E em seu último ato ele demonstra um gesto de compaixão e arrependimento, e deixa sua amada viver sua vida. Neste momento ele entende que o coração de Christine pertence a outro, e que devido a suas atitudes impensadas, Christine não será capaz de dar a ele o amor que sentia por Raoul. Ele entende que a máscara foi capaz de esconder sua imperfeição no rosto, mas não foi capaz de sublimar sua personalidade doentia, que foi no fim das contas o que o afastou de Christine.
Não dá pra misturar amor e gratidão. Quando isso acontece, não é bom para nenhum dos dois.

Pronto, conclui minha crítica. Fui bem?
Bjinhos, minha linda
Amo você

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