A ideia desse blog começou com 0 livro "O Clube do Filme", de David Gilmour, onde um rapaz desinteressado da escola é convidado pelo pai (crítico de cinema) a abandonar os estudos, desde que os dois assistissem juntos a pelo menos três filmes por semana. Minha esposa (na época namorada) Elaynne me presenteou com este livro, e decidimos fazer algo parecido: assistir a um filme por semana em casa.
Fizemos uma lista inicial de 36 filmes, sendo 18 escolhidos por mim e 18 por ela. Sorteamos um filme para assistir e já indicamos qual será o seu substituto na lista. Ou seja, isso não vai acabar nunca. Eu tomei a iniciativa de comentar os dois primeiros filmes que assistimos, daí criamos o hábito de comentar cada filme que assistimos, sendo que os meus filmes são comentados pela Elaynne e os dela, por mim.
Os comentários apresentam muitos spoillers. Por isso, se você gosta de surpresas, não vai gostar de ler nossos comentários. Se pra você tanto faz, ou se já assistiu aos filmes, aposto que vai se interessar em nossos comentários, mesmo que não concorde com todos.
Espero que curtam nosso interesse por cinema. Se gostou do blog, nos ajude a divulgar.

Carlos Henrique

13 junho, 2011

Cidadão Kane (Elaynne)

O melhor filme da história do cinema?
Não sei, não assisti a todos os filmes feitos, rsrsrs....
Mas acredito que esta questão é pessoal. Pelo menos eu tenho a minha opinião de qual é o melhor filme da história, e não mudei de idéia.
Mas não tiro os méritos de Cidadão Kane. É um bom filme, sim. Tem um começo bem diferente, e de repente, para quem não conhece nada sobre o filme, você começa a se perguntar se o filme será todo naquela forma de noticiário. Mas aí começa a história pra valer. E o filme começa a ficar mais interessante.
E o que o filme mostra é mais que a história de vida de um homem. É a razão de tudo o que aconteceu na vida de um homem. Ou a ausência de razão, o que em alguns casos, pode ser bem pior. Uma pessoa afortunada pelo destino, que nasceu sem grandes perspectivas, mas graças a um "achado" de uma mina, tornou-se um magnata e uma das pessoas mais influentes do seu país.
No entanto, como demonstra o final do filme, apesar de tudo o que foi conquistado, sucesso, status, poder de influenciar a população em geral, ele jamais esqueceu sua infância, o que nos mostra que era naquela época de sua vida onde ele tinha o verdadeiro prazer em viver, em sua infância humilde, com sua família, a qual ele demonstra muita insatisfação em ter que abandonar para receber sua educação de ouro.
Muito provavelmente, por conta de ter abandonado tudo o que ele mais gostava, especialmente o seu "Rosebud", ele se fixou tanto naquela sua necessidade de ter. Suas coleções extravagantes, seu modo de atingir seus objetivos, que em um certo momento fizeram com que ele esquecesse sua "Declaração de Princípios", a maneira de lutar na política, denegrindo os adversários, sua necessidade de fazer com que todos o amasem, demonstram que apesar de toda a ostentação, o vazio que havia nele era enorme e jamais seria preenchido.
E quantas pessoas existem assim atualmente? Apesar de ser um filme da década de 40, sua história é bem atual, principalmente em um cenário de crise econômica pelo qual muitas empresas e economias desenvolvidas passam atualmente. Muitos homens, principalmente homens de negócios, podem se ver em Charles Kane. Muitas pessoas vivem para ter, para conquistar, quando na realidade, querem preencher um vazio que começou a se criar em uma época distante em suas vidas, quase que geralmente na infância.
"È muito fácil ganhar muito dinheiro, quando tudo o que se quer é ganhar muito dinheiro". Tá aí uma frase totalmente correta. É muito fácil mesmo. Se seu único objetivo de vida é ganhar muito dinheiro, sem se preocupar com os meios e com as consequencias, é fácil. Passar por cima de tudo, esquecer seus princípios. Desta forma não é difícil mesmo ganhar dinheiro. Mas, e o resto? Após ganhar muito dinheiro, o que sobra? Um vazio. Só isso.
Um filme antigo, porém atual, cheio de verdades, e que demonstra bem uma realidade que até hoje não se alterou muito: a dos grandes homens de negócios e da mída, que tem poderes para mudar a opinião e o destino de uma nação inteira, através da manipulação, mas que não tem poderes para mudar o próprio destino, que geralmente é infeliz e solitário.
É sim um bom filme.


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