A ideia desse blog começou com 0 livro "O Clube do Filme", de David Gilmour, onde um rapaz desinteressado da escola é convidado pelo pai (crítico de cinema) a abandonar os estudos, desde que os dois assistissem juntos a pelo menos três filmes por semana. Minha esposa (na época namorada) Elaynne me presenteou com este livro, e decidimos fazer algo parecido: assistir a um filme por semana em casa.
Fizemos uma lista inicial de 36 filmes, sendo 18 escolhidos por mim e 18 por ela. Sorteamos um filme para assistir e já indicamos qual será o seu substituto na lista. Ou seja, isso não vai acabar nunca. Eu tomei a iniciativa de comentar os dois primeiros filmes que assistimos, daí criamos o hábito de comentar cada filme que assistimos, sendo que os meus filmes são comentados pela Elaynne e os dela, por mim.
Os comentários apresentam muitos spoillers. Por isso, se você gosta de surpresas, não vai gostar de ler nossos comentários. Se pra você tanto faz, ou se já assistiu aos filmes, aposto que vai se interessar em nossos comentários, mesmo que não concorde com todos.
Espero que curtam nosso interesse por cinema. Se gostou do blog, nos ajude a divulgar.

Carlos Henrique

18 janeiro, 2012

O silêncio dos inocentes (Elaynne)

Taí um filme que merece uma crítica bem feita.
E que merece também cada prêmio que recebeu, e talvez até os que tenha deixado de receber. Não é todo ano que um suspense policial é indicado ao Oscar de melhor filme. Quando isso acontece, e quando o filme ganha este prêmio, é porque tem que ser assistido por muitas pessoas. E quando junto ganha também o Oscar de melhor direção, tem que ser assistido com atenção.
E sobre os Oscar de melhor ator e atriz, dispensa comentários. A atuação de Jodie Foster é excepcional. Afinal de contas, se ela conseguiu o Oscar "concorrendo" com a atuação brilhante de Anthony Hopkins, é porque fez uma atuação memorável. Quanto a Hopkins, talvez o próprio ator considere esta a melhor atuação da sua carreira. E olha que ele tem muitos filmes bons, mas este é o raro exemplo de ter sido escolhido o ator certo para o personagem certo. São poucas as ocasiões que isso acontece. E quando acontece, sai um clássico como foi o Dr. Hannibal Lecter. A cena clássica deste filme, quando ele é levantado todo amarrado no aeroporto, com aquela máscara, já mostra uma grande atuação, mesmo sem falas, só com o olhar pertubador, a gente já percebe que é uma atuação digna de um mestre.
E o que dizer de um psiquiatra serial killer? Parece algo bem incomum. Mas com essa ocupação ele teria tudo pra ser o serial killer perfeito. Um médico renomado, extremamente culto, conhecedor de diversas culturas e lugares diferentes. Acima de qualquer suspeita. O melhor de tudo é que mesmo com seus crimes brutais ele não perdeu nada do seu conhecimento, que é aquilo que o torna diferente de qualquer outro assassino. Ele chega até a ser charmoso ou encantador, quando está falando sobre os assuntos que conhece.
E quando começa a exercer suas habilidades como psiquiatra, percebe-se que estamos diante de alguém que sabe como poucos desvendar mistérios da mente humana. Principalmente quando ele fala sobre uma mente tão doente quanto a sua própria mente, que é Bufallo Bill. É claro que ele tem conhecimento suficiente pra falar sobre Búfalo, pois o próprio Dr. Lecter também é um assassino em série. Sem contar que o parceiro de Bufallo foi paciente do Dr. Lecter alguns anos antes, o que ajudou bastante para que o Dr. pudesse traçar o perfil do assassino, o que ele procurava com suas vítimas.
Me pergunto até que ponto o Dr. Lecter merece ser chamado de doente. Afinal de contas, apesar de não demonstrar arrependimento pelos assassinatos cometidos, ele não é definitivamente uma pessoa desequilibrada. Muito provavelmente, se lhe fosse permitido, poderia consultar os pacientes de dentro da sua cela, com toda capacidade de um psiquiatra renomado que é. É um homem que mantém sua palavra, preza pela sinceridade, e mantém um auto-controle bem mais preciso de que muitas pessoas consideradas normais.
Entrar na mente de um serial-killer não é fácil. Só mesmo um serial-killer poderia fazer isso. E só um serial-killer do nível de inteligência do Dr. Lecter poderia fazer isso com precisão, passando confiança. E só mesmo um ator com a competência de Anthony Hopkins pra fazer um papel tão brilhante, que marcou a história do cinema. Apesar de ser um assassino frio, quem assiste O silêncio dos Inocentes acaba no final tendo uma simpatia pelo Dr. Hannibal. Talvez seja o psicopata escondido em nosso subconsciente. Ou talvez seja mesmo o reconhecimento devido a um artista (Hopkins) que soube fazer de sua arte (Hannibal) um tributo à inteligência. 




2 comentários:

  1. Que ideia legal a deste blog! Parabéns!
    Cheguei aqui pelo Wiki-BB. Legal o Carlos Henrique tê-lo divulgado lá.
    Um abraço e que venham muitos filmes mais! :)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Oi, Ana, tudo bem?? Divulguei este blog lá no wiki bb, mas não achei que seria tão visto assim, pra falar a verdade. Só o fato de vc ter vindo aqui e ter deixado um comentário, pra mim já valeu a pena. Estou postando aqui toda semana, um filme diferente. Aceito sugestões também, rsrsrs.. só não garanto que sua sugestão saia logo, pois depende de sorteio. Mas sempre que puder, passe por aqui e comente. Obrigado pela visita.

      Excluir