A ideia desse blog começou com 0 livro "O Clube do Filme", de David Gilmour, onde um rapaz desinteressado da escola é convidado pelo pai (crítico de cinema) a abandonar os estudos, desde que os dois assistissem juntos a pelo menos três filmes por semana. Minha esposa (na época namorada) Elaynne me presenteou com este livro, e decidimos fazer algo parecido: assistir a um filme por semana em casa.
Fizemos uma lista inicial de 36 filmes, sendo 18 escolhidos por mim e 18 por ela. Sorteamos um filme para assistir e já indicamos qual será o seu substituto na lista. Ou seja, isso não vai acabar nunca. Eu tomei a iniciativa de comentar os dois primeiros filmes que assistimos, daí criamos o hábito de comentar cada filme que assistimos, sendo que os meus filmes são comentados pela Elaynne e os dela, por mim.
Os comentários apresentam muitos spoillers. Por isso, se você gosta de surpresas, não vai gostar de ler nossos comentários. Se pra você tanto faz, ou se já assistiu aos filmes, aposto que vai se interessar em nossos comentários, mesmo que não concorde com todos.
Espero que curtam nosso interesse por cinema. Se gostou do blog, nos ajude a divulgar.

Carlos Henrique

23 janeiro, 2012

Sete vidas (Carlos)

É até clichê começar falando do ator, mas não tem como fazer uma crítica desse filme sem falar da atuação de Will Smitt, primeiro porque ele é um dos maiores atores dramáticos da atualidade, um drama com ele é quase garantia de sucesso, ele tem o dom de transformar seus personagens em pessoas reais de forma que nos prende e nos envolve na trama. E com Sete Vidas não foi diferente, muitas vezes sentimos raiva , outras pena, outras alegrias, torcia por ele, sorria com ele, sofria com ele...
Logo no começo do filme a vontade que se tem é de entrar na televisão e dar um murro nele, mandar ele calar a boca e quebrar o telefone, não da para imaginar como um ser humano é capaz de humilhar um cego daquela forma e aí ficamos imaginando quem é esse cara sem coração.
Logo depois começamos a ver que esse cara teve um sofrimento muito grande, perdeu sua esposa num acidente e por isso não via mais nenhum sentido para viver. Mesmo assim isso não explicaria toda a arrogância demonstrada por ele. Mas esse cara começa a mostrar um outro lado ele começa a ajudar as pessoas, a ser solidário, a procurar pessoas que precisam de ajuda e começamos a perceber que seu sofrimento vai alem do acidente, tem mais coisas envolvidas, isso só aumenta a dúvida de quem é esse cara.
A medida que se passam os acontecimentos percebemos o seu interesse, ele realmente não que mais viver, ele não vê motivo para isso, ele não se acha digno, mas por que? Será porque a sua razão de viver morreu? Porém ele começa a achar um outro motivo para viver e ele começa a perceber que pode se apaixonar novamente, amar novamente, mesmo assim percebemos que sua angústia não se acaba, deve ter mais coisas por trás de tudo isso.  Descobrimos que ele mente, ele falsifica e pega a profissão do irmão para se aproximar de certas pessoas.
No fim descobrimos quem é esse cara. Um mentiroso? Um falsificador? Um suicida? Sim ele é tudo isso, porém mais do que isso ele é um sofredor, uma pessoa que sentia amor, um cara carregado pela culpa de ter tirado sete vidas. Mesmo sem querer, num simples descuido, um grave acidente e sete vidas se foram, sete pessoas inocentes e ele no fim teve que se ver vivo e se perguntando por que ele não foi junto, porque ele? Para que sobreviveu? E ele mesmo encontra a resposta, ele viveu para poder salvar mais sete vidas, pode ser apenas dando uma visão ou ate dando o seu coração (literalmente). Ele mentiu por amor, ele deu a vida por amor, ele sofreu por amor e como diz Jesus em Jo 15:13 “ninguém tem amor maior do que aquele que dá a vida por seus irmãos”. Tudo bem que foi por culpa, mas ele foi capaz de reconhecer a culpa e se redimir de uma forma não muito convencional, mas foi a forma que ele encontrou. Muitas pessoas talvez buscassem o dinheiro como forma de se sentir melhor, dando indenizações milionárias, porém ele preferiu dar uma nova oportunidade de vida para sete pessoas boas, de bom coração que com certeza iriam ajudar outras vidas.
Percebe-se então que ele nunca foi uma pessoa cruel a ponto de humilhar um cego, ele apenas queria saber se ele era digno de receber sua visão.
Se isso tudo que ele fez foi certo ou errado, não sou ninguém para julgar, mas foi a forma que ele encontrou de viver novamente e viver em paz.


2 comentários:

  1. Noosa!Esse é um ótimo filme!A vontade que a gente tem de bater nele no começo deve passar pela cabeça de todo mundo..mas o final é de deixar qualquer um de boca aberta! Muito bom!

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    1. Sabe, Sara, na verdade a primeira cena que vi deste filme foi exatamente a cena final, na banheira (não vou contar aqui), e fique impressionado. Tinha que ver este filme!!!! Por isso pus na lista e não me arrependi. O filme é mesmo incrível!!!

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